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Genesis, aka o novo desktop do Mamutti – Parte III

30/01/2012

Um século se passou desde a segunda parte deste artigo, meu desktop já nem é tão novo assim, inclusive já começam a aparecer os primeiros sinais de ferrugem, e ainda falta uma penca de peças para comentar. Esta parte do artigo contém a resenha de três peças que são a chave para um bom desktop: processador, placa-mãe e memória… e disco rígido. Quatro peças!

Como só lembramos delas quando alguma coisa não funciona direito vou tentar focar nos detalhes práticos e alguns problemas que já vivenciei usando esta combinação de hardware no (X)Ubuntu Oneiric, ao invés de entupir o texto com especificações menos que úteis.

Processador Intel Core i3-2100 (3MB cache, 3.10GHz)

Este processador pertence a segunda geração dos processadores Core i3, com núcleo Sandy Bridge, que traz algumas melhorias em relação a microarquitetura da primeira geração, conhecida pelo codinome Nehalem. Apesar das melhorias, sem dúvida alguma, o principal motivo para alguém preferir um Sandy Bridge a um Nehalem hoje é que o primeiro usa o novo soquete LGA 1155, incompatível com o agora obsoleto LGA 1156 dos Nehalem.

O bom e velho soquete LGA 775 da Intel sobreviveu muito tempo, o que alimentava a esperança (muitas vezes falsa) de que atualizações de BIOS permitissem fazer upgrade de processador sem precisar trocar todo o resto. Tenho impressão que a Intel manteve esse soquete porque a AMD nessa mesma época lançou uma porrada de soquetes, e se tem uma coisa que ninguém gosta é de obsolência programada. Em 2007 a Intel chutou o pau da barraca e adotou a estratégia tick-tock. Agora a obsolência não só é programada como também tem data marcada. Por esse motivo, logo depois de nascer, o LGA 1156 já estava fadado a morrer.

Ainda não se sabe se o LGA 1155 terá o mesmo destino quando a Intel lançar os processadores com a microarquitetura Skylake, sucessora da Sandy Bridge, mas pelo menos teremos um “tick” até lá: o núcleo Ivy Bridge, que também usará o LGA 1155 e deve render bons upgrades, sem ter de trocar placa-mãe e memória. Este foi o único motivo que me fez optar por um Sandy Bridge, afinal eles custam mais que os Nehalem, assim como as placas-mãe com soquete LGA 1155.

O Core i3 2100 possui dois núcleos físicos e Hyper Threading, podendo executar até quatro threads simultaneamente, suporta memórias DDR3-1066 e 1333 alcançando 21GB/s de largura de banda em dual channel, PCI Express 2.0, virtualização (VT-x), prevenção de execução de dados (Execute Disable Bit) e várias outras buzzwords da Intel.

O TDP é 65W e a tecnologia SpeedStep faz ajuste de clock e tensão sob demanda. Estou utilizando o cooler que vem na caixa e tenho observado que ele sempre está muito frio, o que indica que ou o cooler é muito bom, ou o processador é muito eficiente ou é superdimensionado para meu perfil de uso. Tanto faz, o que importa é que nunca vou ter problemas de superaquecimento! 🙂

Vem embutida no processador a GPU Intel HD Graphics 2000 cujo clock varia entre 850MHz e 1.1GHz sob demanda. Uma GPU embutida tem várias vantagens sobre uma integrada à ponte norte do chipset. A principal é que ela fica mais próxima do controlador de memória, tornando o acesso a mesma mais rápido. Outra é que o cache L3 da CPU é compartilhado com a GPU, o que agiliza a comunicação entre esses dois componentes. Infelizmente o driver para Linux (<= 3.0.0) tem alguns probleminhas e de vez em quando aparecem artefatos e ocorrem travamentos do servidor X.

Exceto pelos probleminhas com vídeo não tenho nenhuma queixa sobre esta CPU. Nunca usei um computador que desse a sensação de ser mais rápido que o meu, e o uso de tempo de CPU nunca passou de 50%. Custou R$295.

Placa-mãe ASUS P8H67-M LE

Os critérios que usei aqui foram bem simples: procurei pela placa com soquete LGA 1155 mais barata do mercado que fosse de alguma marca conhecida. As placas com o soquete LGA 1155 não são só mais caras do que as com soquete LGA 1156, também são em menor número. Felizmente encontrei a P8H67-M LE por um preço razoável. Ela atende a todos esses critérios e ainda por cima traz vários recursos bem interessantes, sendo o principal deles o suporte a USB 3.0 em duas portas traseiras. Vale mencionar que os chipsets mais novos da Intel possuem suporte a USB 3.0 nativamente, mas não é o caso do chipset desta placa, que conta com um controlador USB dedicado da NEC ligado ao barramento PCI-Express.

Outros pontos fortes da placa são a saída HDMI, controladora SATA de 6,0 Gb/s (que eu nem sabia da existência) com suporte nativo a vários tipos de RAID, possibilidade de usar até 16GiB de RAM em dual channel e de fazer upgrade de processador, pois o chipset H67 (revisão B3! A revisão anterior teve recall…) também suporta processadores Core i5 e i7. Fora isso ela é bem normal. Possui uma interface Ethernet Gigabit e codec de áudio de alta definição com 8 canais, 12 portas USB 2.0 e 4 portas SATA 3,0 Gb/s além das duas de 6,0 Gb/s.

Uma coisa que me agradou bastante nesta placa-mãe é a ferramenta de setup do BIOS EFI, que em nada se parece com aquelas que estava acostumado a mexer. A resolução da tela é bem maior e a qualidade da interface também. Nada daquelas telas azuis toscas em modo texto com 80 colunas e 25 linhas. No lugar disso há botões, menus dropdown, abas, drag’n’drop, gráficos, gauges, efeitos visuais e… MOUSE! Parece besteira, mas isso torna a configuração mais rápida e intuitiva. E funciona com meu mouse USB.

O setup possui dois modos: um simples, cheio de firulas visuais e apenas com as funções mais utilizadas; e outro avançado, mais sóbrio e com todas as opções disponíveis, que não são poucas. Não estudei isso a fundo, mas pelas opções dá pra perceber claramente que há possibilidade de fazer pequenos overclocks.

Para um usuário leve como eu que passa a maior parte do tempo programando, ouvindo música, lendo emails e navegando na Internet é uma senhora placa-mãe que será muito subutilizada. Pelo preço que paguei, R$323,85, não deixa nada a desejar. Recomendo fortemente!

Memória RAM Kingston KVR1333D3N9/2G e disco rígido Samsung SpinPoint F3 HD502HJ

Não há muito o que comentar desses dois, mas tem alguns detalhes que não posso deixar passar, como o fato de as memórias DDR3 já estarem mais baratas do que as DDR2. Este é um fenômeno que ocorre toda vez que lançam uma nova tecnologia de memória. No começo os novos módulos custam mais caro do que os do padrão anterior, até que os fabricantes cessam a produção dos módulos obsoletos e seus preços sobem, devido à escassez no mercado, e os módulos mais novos se tornam mais baratos. Este é outro ótimo motivo para não comprar um processador que utiliza memória DDR2.

Este módulo da Kingston custou tão pouco, R$59,87, que hoje não lembro bem porque comprei só um ao invés de dois. O outro módulo só faz falta quando preciso rodar alguma máquina virtual e mesmo nesse caso acho que 4GiB é demais e que 3GiB são suficientes para qualquer usuário, só que a diferença de preço de 1 GiB pra 2 é tão pequena (uns 10 reais) que a economia nem vale a pena. Hoje, com R$60 dá pra comprar um módulo DDR3 com o dobro da capacidade do meu.

Uma característica que chamou minha atenção, de forma negativa, quando fui instalar o módulo é que ele é muito pequeno. Pra você ter uma noção, ele é tão pequeno que as travas que prendem ele na placa-mãe ficam mais altas do que o módulo. Isso deve ser ótimo para quem tem pouquíssimo espaço dentro do gabinete, mas prejudica bastante a manuseabilidade. Tenha cuidado ao instalar um módulo desses, pois é muito fácil tocar no lugar errado e danificá-lo.

Já o disco rígido que comprei não tem nada de especial. Ele funciona a 7200RPM, tem capacidade de 500GB, interface SATAII e custou R$100,43. Ao procurar o link para as especificações desse HD no site da Samsung acabei descobrindo que a Seagate recentemente comprou a divisão produtora de discos rígidos da Samsung. A Seagate já havia comprado outra grande fabricante há alguns anos atrás: a Maxtor. Agora só restam três produtores de discos rígidos no mundo: Seagate, Toshiba e Western Digital. Termino esta série de artigos com uma imagem que ilustra bem a estratégia da Seagate.

Só pode existir um!

UPDATE: Coloquei mais 2GiB de RAM, agora totalizando 4GiB. Aparentemente resolveu o problema das listras pretas que apareciam na tela, e agora consigo rodar um guest Linux no VirtualBox sem ter de recorrer ao swap. Yay!

2 Comentários leave one →
  1. Paulo permalink
    30/01/2012 21:13

    Texto bem escrito. Curti Qual é a temperatura média?

    • 31/01/2012 0:27

      Obrigado!

      Nesse exato momento a temperatura da CPU é de 40ºC e a da ponte norte, que tem apenas um dissipador sem ventoinha, é de 36ºC. Considerando que estamos no verão, eu moro em Salvador e ele está ligado há quatro dias acho que está bem frio. 🙂

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